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Pedra Grande do Itatiaia e Pedra Furada

Relato: Pedra Grande do Itatiaia e Pedra Furada

A Pedra Grande do Itatiaia é uma daquelas atrações do parque de que poucos ouviram falar e que inclusive não consta no mapa distribuído aos visitantes. Um pouco mais conhecida, e pelo mesmo acesso daquela, a Pedra Furada é outra destas atrações.
O acesso a ambas é por uma trilha que sai da estrada bem antes da portaria do parque. Cerca de 200 metros antes das ruínas do antigo hotel Alsene, do mesmo lado da estrada que ele.
Descendo pela trilha, logo chegamos a uma bifurcação. À direita a trilha desce para o vale do Aiuruoca, levando ao bairro da Serra Negra, mas nosso caminho é pela esquerda. A trilha passa a subir e logo avistamos um poste de luz. Avistamos a estrada mais abaixo na encosta e passamos a seguir quase paralelos a ela. À frente já vemos o maciço da Pedra Furada. Após alguns sobes e desces, começamos a contornar o maciço pela direita. Um primeiro ponto d’água é passado, onde uma rústica bica foi improvisada com uma garrafa pet. Já avistamos a Pedra Furada mais acima na encosta. Como o nome já indica, trata-se de um grupo de blocos sobrepostos onde ficou um buraco ao centro. Cruzamos uma cerca e ao final do trecho, chegamos a uma bifurcação. Tempo até aqui: 40 minutos.
Deixamos para subir ao topo do maciço da Pedra Furada na volta e prosseguimos em frente. Uma série de trechos encharcados se seguem, alguns em meio à mata outros em campo aberto. Após esse trecho em nível, chegamos à borda de um profundo vale. Dali já avistamos o pequeno contraforte que culmina na Pedra Grande. Porém a trilha começa a descer na direção oposta! Descida repleta de trechos escorregadios e pedras soltas. Pouco à frente a trilha faz uma curva e segue descendo no sentido oposto, nos aproximando da pedra.
Chegamos a uma aparente bifurcação. A esquerda desce mais fortemente. Seguimos porém pela direita, em nível. A trilha chega a uma matinha e parece se dividir, um ramo descendo para esquerda e outro que parece entrar na mata. Preferimos entrar na mata, mas acabamos saindo da mesma mais à frente, para a esquerda. À frente a mata acaba e começa um trecho de capim elefante.
Saindo no aberto, visualizamos mais abaixo e do outro lado do vale de um riacho um aparente rabo de trilha. Vamos então descendo pelo pasto, desviando dos arbustos na tentativa de alcançar aquela trilha. Acabamos chegando a uma trilha deste lado do valezinho que nos leva a cruzar o riacho ainda antes de sua nascente logo abaixo.
Enfim alcançamos a trilha e por ela seguimos, mas ou menos em nível, desviando de capões de mata na encosta acima e abaixo. Algumas vezes a trilha se apaga, mas encontramos nova trilha poucos metros abaixo. A trilha então vira para a esquerda e desce na direção de uma matinha abaixo. Antes de chegar à mata, viramos para a direita e cruzamos uma cerca. Enfim cruzamos a mata em seu trecho mais estreito.
A trilha, agora bem marcada, desce mais um pouco e então contorna um primeiro morro pela esquerda, quase que em nível. Depois vira para a direita e penetra no selado entre as duas elevações. Resta-nos apenas subirmos a encosta final de pasto e chegamos ao topo da Pedra Grande. A subida final curta e fácil engana, pois do outro lado há um alto penhasco quase vertical, bela parede rochosa que faria a diversão de qualquer escalador.
A visão ao redor é dominada pela Pedra Preta e pelo vale do Aiuruoca à direita, cuja alta cachoeira avistamos durante a descida. Ao redor diversos vales menores de afluentes do Aiuruoca densamente cobertos de mata e campos rupestres compõem o panorama. No extremo norte chama a atenção a crista da serra do Papagaio com suas inconfundíveis três corcovas. O percurso até ali tomou-nos cerca de 1:40 hs.
No retorno, voltamos pelo mesmo caminho, mas em algum ponto no trecho onde bordejamos a encosta, variamos de trilha. O que sabemos é que sempre seguindo por trilha marcada, cruzamos o riacho abaixo do ponto onde cruzáramos antes e seguimos bordejando. Um cinturão de mata foi atravessado e voltamos ao aberto. Acabamos entrando novamente na mata e ali dentro proliferavam as alternativas. De modo que fomos subindo pela trilhas mais abertas até que subitamente desembocamos na trilha principal, a mesma por onde viéramos, só que num ponto mais abaixo do que a abandonamos na ida. Não saberíamos como indicar esse ponto. O trajeto dentro da mata é bastante confuso. De modo que na ida o melhor é cortar pelo pasto sem trilha mesmo.
Retornamos então até a bifurcação da Pedra Furada. Ainda com tempo, subimos ao alto do maciço por trilha marcada, que ás vezes segue sobre lajes rochosas. A Pedra Furada propriamente dita é deixada à esquerda, mais abaixo. Não vimos acesso fácil a ela.
Ao final de pouco mais de 15 minutos chegamos ao topo, de onde há visão de 360 graus. Avistamos o vale do Paraíba, o maciço da Agulhas e todo o vale abaixo por onde descemos. Com a noite já se aproximando, descemos a bifurcação e retornamos ao Alsene onde deixamos o carro.