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Travessia Itamonte-Alagoa

   Região: Depois de dois anos longe da região Itamonte-Aiuruoca resolvemos
aproveitar o último feriado para percorre-la novamente. Dessa vez, optamos
por entrar pelo sul, subindo o pico do Garrafão, na divisa entre os
municípios de Itamonte e Alagoa e seguir então para o norte, próximo a borda
oeste desse maciço, até a altura da cachoeira do Juju, quando então viramos
para leste, rumo ao vale do Aiuruoca e por fim sul, descendo para a
cidadezinha de Alagoa.

  Grupo: Anderson, Angélica, Cleusa, Gisele e Ronald

  Época: 21 a 23/03

  Estando livre já na quinta, resolvi partir para Itamonte já na tarde
desse dia, dormindo em Itamonte e encontrando-me com os demais na sexta pela
manhã. Sai de São Paulo pelas 13:30 e cheguei a Itamonte pelas 17:00. Logo
consegui me hospedar no hotel Thomaz, na beira da rodovia que é também a
principal rua da cidade, junto a entrada da estrada de Alagoa, que
pegaríamos no dia seguinte. Dei uma circulada pela cidade e jantei uma truta
com molho de alcaparras e antes das 21:00 já tinha voltado ao hotel e
entreguei-me ao braços de Morfeu.

  1. Dia – Subindo o Garrafão e além

  Acordei às 6:30, quando deveria ser servido o café da manhã, com um ruido
de conversa do lado de fora, olhei pela veneziana e vi uma baixinha, com
sotaque pseudo-bragantino, que falava alto na esquina, junto a um carro onde
haviam mais algumas pessoas. Pensei:”Não é possível, o povo chegou na
hora !  estou atrasado”. Desci para confirmar. Não eram eles, era um outro
grupo esperando os amigos chegarem. Voltei ao hotel e tomei calmamente meu
café da manhã. Depois subi de volta ao quarto, juntei meus trastes e liberei
o quarto. Pus as coisas no carro, encostei o carro junto a entrada de Alagoa
e fiquei esperando o resto do povo chegar. Depois de uma hora de espera,
começei a ficar preocupado e resolvi ligar para a Cleusa. Ela disse que eles
estavam atrasados, e chegariam dali a uma hora. Continuei lendo meu livro e
essa hora passou tão rápido que quando eles chegaram só percebi quando o
Anderson desceu do carro e se aproximou do meu.
  Seguimos então pela estrada de Alagoa. O começo da estrada está em estado
até bom de conservação, parece que eles vão asfaltar os primeiros 7 km,
trecho que termina na usina do Braga. Na sequência a qualidade da estrada
piora um pouquinho. Mas no trecho mais alto, junto a divisa de Alagoa e que
fica pior de verdade, com muitas pedras. Passando o ponto mais alto, quando
a estrada começa a descer para Alagoa, tomamos uma estradinha à esquerda,
seguindo a placa da pousada “campos de altitude”. Descendo um ou dois kms
por essa estradinha, encontra-se um bifurcação, tomamos à direita ( a
esquerda dá acesso a pousada ) e descemos mais alguns kms até o fundo do
vale. Os primeiros kms até a pousada estão em mau estado, mas depois fora
uma ou duas voçorocas ameaçando levar a estrada e um pequeno trecho
enlameado até que esta boa.
  Quase no fundo do vale, numa bifurcação, tomamos a esquerda, logo em
seguida passamos por um ponte sobre um riozinho e por uma porteira. Passamos
em seguida por uma vala com água no fundo e logo depois a estrada se reduz a
alguns sulcos no pasto. Mas não tem erro, logo a frente avistamos a casa do
seu Odir, onde deixaríamos os carros.
   Após estacionamos os carros dentro do terreno do seu Odir,
experimentarmos o queijo que ele fabrica e após mais alguma enrolação
costumeira de ínício de trilha, começamos a andar às 11:00 hs.
   Saindo pelos fundos da casa do seu Odir, já avistamos a meta inicial: o
pico do Garrafão e também quase todo caminho até lá, por uma crista que sobe
da esquerda para a direita. Subimos um trecho pelo pasto para a esquerda,
até alcançarmos uma estradinha um pouco mais acima e dai subindo para a
direita em direção ao começo da crista, acabamos esbarrando numa cerca e
subimos então para a direita, paralelos a ela, logo avistando caixas d´água
à esquerda. A partir dai e subir e subir por essa crista. Em alguns trechos
a inclinação arrefece e podemos retomar um pouco o fôlego, mais logo a
subida se torna ingreme novamente. Mais acima, desviamos de uma matinha mais
fechada pela direita.
   A subida vai sempre pelo aberto, por pastos e poucas vezes passamos
por algumas arvorezinhas esparsas, onde podemos parar a sombra, já que o
sol vai castigando. Quase no alto, entramos na mata para um curto trecho na
sombra, contornando para a esquerda o paredão final. Saindo da mata, numa
bifurcação pegamos à direita, subindo. Mais 5 minutos e chegamos no amplo
platô que constitui o topo do garrafão. Caminhamos então para a direita até
um ponto mais cênico, para então descançar e lanchar. Eram 15:20. Do alto
podiamos ver todo o vale com a casa do seu Odir ao centro e o riacho
serpenteando em meandros e mais além as cristas ao redor, dentre as quais a
mais chamativa era o Mitra do Bispo.
   Depois do lanche dei uma circulada em redor, enquanto o pessoal até
cochilava em razão da noite não dormida. Num arvoredo próximo, achei restos
de acampamento, lenha para fogueira, panela, lata de óleo e até uma garrafa
de 51 ainda com um resto de cachaça.
   Após  30 ou 40 minutos de descanço, continuamos a caminhada. Passamos
então a descer, numa ferradura, voltando para trás um pouco, a fim de
encontrar um ponto onde a descida seja menos íngreme e dai passando a descer
ao zigue-zagues rumo a um valezinho mais abaixo. Na borda oposta desse vale,
encontramos um riacho, nossa primeira fonte d’água. Pulamos então esse
riacho, no rumo de uma encosta de pasto à direita. Claro que ao passa-lo
reabastecemos nossos cantis. Alcançado a próxima crista, tomamo-a para à
esquerda, descrevendo outra ferradura, de modo a chegarmos a um encosta
menos íngreme. Descemos então fortemente até esbarrar numa “estradinha” que
bordejava a encosta à esquerda. Numa bifurcação mais abaixo, tomamos um
trilho à direita, entrando na mata, após avançarmos 5 ou 10 minutos por ele,
o Anderson concluiu que não era o caminho certo, tivemos então de voltar
tudo e continuar pela trilha por onde seguíamos. Mais a frente voltamos a
descer a encosta passando por um trecho de mata. Desembocando afinal em um
descampado mais abaixo. Esse descampado é na verdade um charco, tivermos que
ultrapassa-lo, seguindo as trilhas para esquerda, onde o solo é um pouco
menos encharcado. Cruzamos então um riacho e tomando à esquerda, alcançamos
uma platozinho de pasto, com solo mais ou menos seco, onde montamos o
acampamento, com água a poucos metros das barracas. Alguns até se animaram
a banhar-se no riacho. Após um suculento jantar, iluminado pela lua cheia
que subia no horizonte leste, mergulhamos em nossos sacos de dormir, ouvindo
o ruído do riacho e dormimos o sono dos justos.

  2. Dia – Rumo a cachoeira do Juju

  Acordamos já um pouco tarde e partimos pelas 9:00. Seguimos
aproximadamente no rumo norte durante todo o dia. Primeiro subindo um pouco,
depois descendo para um descampando mais abaixo, dai virando a direita e
cruzando por uma matinha, logo saltamos um riacho. Dai seguimos por trilha
batida à esquerda, por dentro da mata, até emergir em novo descampado. Logo
cruzamos outro riacho maior, correndo no sentido contrário ao outro. Neste
último riacho quase foi preciso molhar os pés, já que devido a sua maior
largura e ao fato de uma das pedras estar rasamente submersa. A Angélica pos
um saco plástico sobre a bota e com isso evitou molha-la nessa passagem.
Após cruzarmos uma cerca seguimos no rumo norte. Quando chegavamos a pontos
mais alto, com visão desimpedida a oeste podiamos ver o cume da pedra do
chapéu e toda crista da serra da Vargem.  
   Mais um longo descampado foi atravessado e a leste podiamos ver uma
estradinha ziguezagueando entre os morros e uma casa de fazenda, que o
Anderson disse ser de uma antiga fazenda desapropriada pelo IBAMA.
   Saindo num platozinho com vista para as baixadas a oeste, paramos para
almoçar e descançar um pouco. Na sequência reentramos na mata, logo passando
por um riacho,onde reabastecemos os cantis. Logo subimos de novo, saindo no
aberto.
   Ao fim desse trecho, descemos um curto trecho pela mata e no fundo
encontramos um trilho bem batido que o Anderson disse ser caminho tropeiro
entre o Bairro da Vargem ( Baependi ) e Alagoa. Seguindo por ele para a
direita por alguns minutos, logo a encosta a esquerda se abre e passamos
então a subi por ela, por uma trilha meio apagada. No alto, entramos de novo
na mata, seguindo por uma trilha agora bem marcada. Saindo de novo no
aberto, seguimos descendo até esbarramos num cinturão de mata ciliar.
Procuramos uma trilha aberta, mas não encontramos, buscamos o trecho mais
estreito e forçamos passagem , pulando o estreito riachinho e subindo a
encosta do outro lado até voltarmos ao aberto. Subimos então a encosta muito
pouco e passamos a bordeja-la, pulando uma cerca ( sem porteira ) e seguindo
em nível. A Pedra do chapéu já ficou para trás, e já entravamos no vale do
rio Piracicaba, que forma a cachoeira do Juju, estavamos por tanto no
município de Baependi. Pelo avançado da hora, e querendo acampar no alto,
paramos num platozinho na beira da trilha, avistando um casinha, a frente e
abaixo, junto a beira do rio.  Alguns minutos a frente um riachinho que
corta a trilha nos reabasteceu de água. A oeste tinhamos o horizonte
desimpedido podendo avistar quando escureceu as luzes de 2 cidades.
   Após um suculento jantar comandado pela Cleusa, mergulhamos em nossos
sacos de dormir para mais uma noite de sono, perturbada apenas pelo ruído do
tamborilar de pingos d’água no sobreteto, o qual logo cessou.

   3 – Rumo a Alagoa

   Não tendo alcançado o Juju no dia anterior e com o tempo se esgotando,
abandonamos a pretenção de alcançar a cachoeira e seguimos rumo ao ponto
final da caminhada: Alagoa. Pelas 8:30 levantamos acampamento e após
reabastecermos os cantis, passamos a subir a encosta de pasto, procurando
bordejar o morro e tomar o rumo leste. A subida logo nos levou em direção a
outro valezinho e foi preciso descer um pouco até encontrar uma trilha que
subia o vale margeando sua mata ciliar. Mais a frente, uma trilha descia até
o riacho de fundo do vale e pudemos transpo-lo pulando pelas pedras. Saindo
do outro lado, seguimos subindo, com o riacho agora a direita até um selado
que já avistavamos de cima do morro anterior.
    Continuamos subindo pelo pasto, agora seguindo pelo lado direito de um
torrente seca até o alto dessa crista. Do alto, pudemos avistar todo o vale
do rio Santo Agostinho até onde teríamos de descer e depois subir de novo do
outro lado, num desnível razoável.
    Passamos então a descer por uma sinuosa crista, primeiro para a
esquerda, bordejando uma mata mais abaixo e depois para a direita, descendo
levemente por trilha bem marcada. Num ponto em que parecia que tinhamos o
caminho obstruído a frente, descemos para a esquerda por poucas dezenas de
metros e logo esbarramos num trilha batida que seguimos para direita.
Seguimos por essa trilha por um bom tempo e ela foi descendo aos zigue-
zagues até o fundo do vale, onde cruzamos primeiro um afluente menor do
Santo Agostinho antes de chegarmos ao próprio, num ponto onde uma sólida
ponte de troncos faz a travessia, guarnecida por uma porteira no extremo
oposto.
    Após uma pausa para descanço, atravessamos o rio e logo depois seguindo
pela trilha para esquerda esbarramos em outro afluente. A mata ciliar desses
rios é rica em araucárias formando um contrate interessante com as encostas
dominadas pelo capim. No ponto onde a trilha desembocou a travessia dessa
riacho pareceu dificultosa. Mais subindo uns poucos metros encontramos um
ponto onde a travessia era mais fácil, valendo-se de galhos caídos. Pulando
esse riacho, passamos então a subir a encosta de pasto, agora para valer.
Mais acima encontramos uma trilha que ziguezagueava pela crista e a
seguimos. Num ponto onde parecia haver um profundo vale, entramos na mata,
mais continuamos subindo sem encontrar a baixada esperada. Saimos de novo no
aberto por uma lingua de pasto entre dois capões de mata que já tinhamos
avistado do outro lado do vale.
     Quando a trilha entrou novamente na mata, cruzamos a mesma em nível,
bordejando. Saindo no aberto, cruzamos na sequência outro curto cinturão de
mata. E voltamos a subir pelo pasto até alcançarmos o alto. Desviamos então
de uma cerca e seguimos pelo plano no rumo leste. Parando numa sombra a
esquerda da trilha para o almoço.
     Terminado o lanche, seguimos até o fim do descampado, atravessando
então mais um cinturão de mapa e ao atingirmos o alto, já no aberto, pudemos
visualizar a cidade de Alagoa no fundo do vale, ainda a boa distância.
Seguimos na mesma direção por mais algum tempo, cruzando neste ínterim com
um senhor a cavalo,a primeira pessoa que víamos nessa caminhada, acompanhado
de um bando de cachorros, não deu nem para contar quantos tal o número. Na
próxima bifurcação tomamos a direita, bordejando o morro à direita até
esbarramos na mata novamente, tomamos então uma trilha descendo para valer.
     No meio da descida, passamos por uma porteira caída e mais abaixo uma
touceira de bambu caída obstruiu a trilha, obrigando-nos a contorna-la pela
esquerda. Ao saírmos da mata pudemos ver uma casa com um tanque de criação
de peixes ao lado mais abaixo na encosta. Descemos então até ela por sinuosa
trilha, em alguns pontos semi-coberta pelo mato, mas repleta de morangos
silvestres que fizeram a alegria das meninas.
    Passada a casa, continuamos descendo por trilha batida até outra casa
com curral anexo, nessa altura começou a chover, obrigando todos a sacar
suas capas, menos eu que usei meu guarda-chuva. Para ultrapassar essa casa,
tivemos que passar por dentro do curral, afastando as vacas para poder abrir
a porteira. Seguimos então descendo, e mais abaixo, a trilha se alarga,
convertendo-se em estradinha e continuando a descer. A chuva que tinha
parado após uns 10 minutos, retornou então com força tornando a descida bem
escorregadia. Chegando próximo a uma casa na beira da estrada, por engano,
tomei a esquerda numa bifurcação e acabei passando por dentro do quintal da
casa, saindo de volta na estrada já no plano. Nesse ponto, o Anderson e a Gi
tinha disparado na frente para encontrar o nosso resgate, já que estavamos
atrasados no horário e o tinhamos medo de que ele fosse embora sem nos
esperar. Seguimos atrás eu e a Cleusa para acompanhar a Angélica que estava
um pouco resentida do esforço depois de anos de aposentadoria compulsória.
Mas logo ela conseguiu uma carona com um motoqueiro. Em mais uma meia-hora,
quando já estavamos eu e a Cleusa quase chegando em Alagoa, chegou a
Angélica com a Kombi e nos resgatou, estavamos a uns 500 metros do ponto de
encontro, numa praça com uma igrejinha. Num instante chegamos lá e pegamos o
Anderson e a Gi, seguindo então pela estrada para Itamonte até quase o seu
ponto mais alto, onde tomamos a estradinha de acesso a casa do seu Odir,
chegando lá na boca da noite. De lá foi só pegar os carros e voltar para São
Paulo,onde chegamos pelas 1:00.

travessia Aiuruoca-Alagoa

 Região: Aiuruoca – Alagoa /MG
 Época:  19 a 21/4
 Grupo: Ronald, Gibson, Valéria, Anderson, Bob, Paula e Renata

  Tendo percorrido a porção sul e oeste da região no feriado passado, tive
vontade de voltar a trilhar a serra do Papagaio que delimita a  borda norte
da região e daí descer pelas cristas ao sul até a cidade de Alagoa. Neste
último feriado partimos então para essa caminhada.
  Saímos em dois carros: Anderson, Bob, Paula e Renata no carro do
Anderson; e eu, Gibson e Valéria no meu. O Grupo do Anderson resolveu sair
mais cedo, pelas 5:00, mas achei muito cedo e resolvi sair às 7:00,
confiante de que chegaríamos em Aiuruoca pelas 12:00, ainda cedo o bastante
para subir o pico do Papagaio, onde acamparíamos a primeira noite.
Combinamos encontrar-nos na praça de Aiuruoca às 11:00. A viagem seguiu sem
contratempos e nós chegamos à pracinha pelas 11:35, mas cadê o outro carro ?
Nada do outro grupo. Ficamos esperando por eles até às 13:00, inicialmente
achando que ele cansando de esperar-nos tinham ido dar uma volta pela
cidade, depois preocupados que não tivessem chegado devido a alguma avaria
ou acidente. Às 13:00 resolvemos seguir sozinhos, do contrário a nossa
viagem acabaria prejudicada também.

  1ª dia  – Subindo o pico do Papagaio

  Seguimos então pela estrada para Alagoa, 6 km ao sul, numa bifurcação,
pegamos a direita, rumo ao vale do Matutu, antigamente havia muitas placas
nessa bifurcação, mas elas forma retiradas, restando apenas uma a esquerda.
Subindo por 1 km chegamos ao alto avistando a pedra à frente, tomamos uma
saída à direita, com pequena placa “pousada do Batuque”, descendo até o
fundo. A pousada era a primeira casa À esquerda, com ampla área cercada à
frente servindo de estacionamento. A pousada está fechada, coisa que eu
desconhecia, já que não ia lá há 2 anos, mesmo assim abri a porteira e
estacionei o carro dentro. Depois de ter verificado que a casa estava
desocupada ( pretendia pedir permissão para deixar o carro lá ), iniciamos a
caminhada às 13:30, momento em que uns pingos agourentamente anunciavam
chuva, a qual logo parou. O topo da pedra já estava coberto de nuvens, ao
contrário de quando chegamos à cidade quando havia até um pouco de sol.
Saímos pela porteira e  seguindo pela estradinha na direção da pedra, logo a
frente pegamos o ramo esquerdo, subindo para uma casa, junto a qual havia
uma carro parado. Eu não me lembrava qual era o carro do Anderson e então
não tive certeza se era o dele, de qualquer forma passamos por duas
porteiras, junto a casa, cruzando um curral e passamos a subir a encosta de
pasto para a direita, valendo-nos dos sulcos existentes. Quando uma trilha
se apagava, procurávamos outra mais pisada na encosta acima. Logo nos víamos
numa crista e continuamos subindo passando pelas ruínas de um casebre à
direita e atingindo uma cerca. Passada esta cerca a trilha sobe mais um
pouco, mais a frente começa a se desviar do pico e acaba numa casa, um pouco
antes da casa uma outra trilha sai à direita e para trás. Subindo por ela
prosseguimos por uma encosta de pasto até alcançar outra crista. Nessa
crista o mato está mais crescido quase cobrindo  a trilha. Seguindo em
frente, logo entramos na mata e seguimos por ela alguns minutos até
encontrar uma bifurcação. Nela  paramos para descansar alguns minutos.
  Tomando então à esquerda na bifurcação em 2 ou 3 minutos chegamos a outra
bifurcação, nesta tomamos a direita, subindo. A subida se torna mais íngreme
através de pasto alto, no rumo da base do paredão que constitui a base do
pico. Quando aproximamos-nos do paredão, a trilha entra na mata e passa a
bordeja-lo para a esquerda. Nessa altura ouvindo algumas vozes, mas ainda
não conseguíamos ter certeza de quem eram. A subida prosseguia mais suave
por dentro da mata, eventualmente passando alguns degraus rochosos ou por
baixo de bambuzinhos que se enroscavam nas mochilas, até que avistamos a
Renata. Na verdade ainda não a conhecíamos e tivemos de perguntar: “ você
que é a Renata ? “. A resposta positiva mostrou-nos  que o outro grupo ao
invés de nos esperar na praça como o combinado tinha se adiantado e entrado
na trilha sem nos esperar. Passei pela Renata e segui subindo, logo
encontrando os demais. Junto com eles iam 2 cães da casa junto ao qual eles
tinha deixado o carro, os quais nos acompanharam por toda travessia.
Esperamos os outros chegarem e a partir daí seguimos juntos o resto da
travessia. Logo a frente cruzamos um riacho, onde uma escorregadia pinguela
foi evitada, descendo por trilho à esquerda e cruzando-se o leito de pedra
em pedra. Subindo do outro lado, a trilha passa a acompanhar o riacho pela
margem direita. Mais alguns minutos e numa entrada à direita temos acesso ao
riacho num local onde as rochas do outro lado do riacho formam uma grutinha,
paramos então para encher os cantis.
  Seguimos então subindo e logo a trilha se afasta do riacho e passa por
trechos encharcados no aberto e depois por curto trecho de mata emergindo
num grande descampado ornado por grandes cupinzeiros. Pausa para fotos.
Seguindo então pela orla da mata para a direita, logo encontrando a trilha
entrando na matinha. Seguimos por ela, sempre subindo, agora a pedra ficou a
nossas costas, estamos descrevendo uma espiral, subindo por um crista que
nos leva a crista da serra do Papagaio, à esquerda da pedra. A trilha
continua pela mata, passando por pequenas clareiras, que nos dão visão
primeiro do vale do Matutu, com a cachoeira do fundão na sua cabeça e outra
cachoeirinha menor caindo de uma crista próxima e depois da própria crista
do Papagaio com suas 3 corcovas.
  Já eram 17:00 quando emergimos num descampado já na crista e paramos para
descansar um pouco. O avançado da hora bem como a nebulosidade do céu
contribuíam para a chegada iminente da escuridão, seguimos então por trilha
para direita, pela crista, no rumo do pico do Papagaio.  A trilha passa por
descampados e depois mergulha na mata, contornando as primeiras corcovas da
serra, num ponto a direita, uma nascente servirá para enchermos os cantis no
dia seguinte. Dentro da mata a escuridão já é quase total. Saímos da mata
para subir um último trecho de degraus rochosos, cruzado por fios d’água,
atingindo um ombro rochoso de onde normalmente se avista todo vale do
Matutu, mas as nuvens tinham cobrido tudo. Mais 5 minutos de novo pela mata
nos levam ao topo do pico, já em plena noite.
  No topo do pico a vegetação tinha engrossado desde 2 anos atrás,
limitando os pontos de acampamento. Tivemos um pouco de trabalho para
encontrar espaço para as 5 barracas. O Anderson, Renata e Valéria chegaram
já a luz de lanternas.
  Juntamo-nos para o jantar e enquanto cozinhávamos podíamos observar as
luzinhas de Aiuruoca, bem como de mais algumas cidades lá embaixo. No céu,
uma lua cheia, mesmo entre nuvens iluminava bastante o acampamento. Após
termos comido e cada um ter dardo um bocado também para os cachorros, com a
temperatura caindo, mergulhamos em nossos sacos de dormir. Fiquei com dó do
cachorro menor que tremia na porta da minha barraca e o pus para dentro onde
ele dormiu tranqüilo aos meus pés durante toda noite.

 2 ª dia – Pela crista do Papagaio e Além

 Acordei as 6:00 com o despertador do Gibson, porém o dono nem se mexeu.
Olhei para fora da barraca apenas para constatar que estávamos cercados
pelas nuvens. Voltei a deitar novamente já que não havia visual nenhum. Uma
meia hora depois, com fome, resolvi preparar o café da manhã. Pouco a pouco
os demais foram acordando e levantando-se. Do café tivemos que separar
alguma coisa para os cachorros, o maior não tinha sossego, estava o tempo
todo correndo de cá para lá e saltando e isso apesar de ter dormido ao
relento, ninguém teve coragem de abriga-lo.
  Tomado o café e arrumadas as coisas, saímos do pico pelas 8:30, voltando
pelo mesmo caminho até a nascente. Enchidos os cantis seguimos até o
descampado onde tínhamos chegado no dia anterior, mas ao invés de descer
para esquerda, de onde tínhamos vindo no outro dia, seguimos em frente,
atravessando um platô de vegetação rasteira até cruzarmos um cinturão de
mata e continuarmos subindo pelo aberto contornando um cocuruto à esquerda.
Voltando a crista avistamos o pico do Tamanduá à direita, coroado de grandes
matacões. Seguindo pelo pasto pela esquerda, logo descemos um pouco,
avistando um murinho de pedras. Seguindo pela esquerda do muro, logo
chegamos a lajes rochosas que subimos em aderência para a direita.
Continuando pela crista, descemos primeiro pelas lajes e depois por trilha
em direção a um selado mais abaixo, cruzando estreito cinturão de mata.
Subimos novamente em aderência as lajes do próximo morro, seguindo pela
crista de pasto ralo. Após cruzarmos mais um cinturão de mata e logo
descemos para o retiro dos Pedros, amplo platô no alto da serra. Daí
poderíamos ter subido o pico da Bandeira, ponto culminante da região e
seguido pela crista a oeste, mas as nuvens cobrindo seu topo tiraram todo o
belíssimo visual, para poupar esforço, prosseguimos então pela baixada.
  No retiro paramos para o lanche. Já era quase 12:00. Seguimos então no
rumo de um curralzinho de pedra, à esquerda de um começo de estradinha.
Descemos então pela esquerda até um riacho onde paramos para lavar as
panelas e encher os cantis. Passado o riacho e um muro de pedras, tomamos à
esquerda por uma trilha óbvia, subindo em direção a um cocuruto rochoso ao
sul, nesse momento as nuvens abriram-se bastante permitindo que
visualizássemos toda crista ao sul, por onde seguiríamos, bem como a
cachoeira do André e parte do vale do Rio Santo Agostinho. Seguindo pela
crista para a direita, logo descemos a um campinho cercado de mata por 3
lados, onde encontramos uma trilha meio fechada no lado sul que descia por
dentro da mata até cairmos numa trilha mais aberta que seguia na direção
norte-sul. Tomando essa trilha para a esquerda, logo esbarrandos numa
bifurcação, tomando a esquerda,. descemos então por um longo trecho de mata
até um grande descampado.
  Atravessando esse descampado esbarramos em novo cinturão de mata
guarnecido de uma cerca à esquerda, seguindo por uma trilha à direita,
contornamos essa cerca e em minutos emergimos em novo descampado. Seguindo
para o sul logo encontramos um esparso capão de mata que contornamos pela
direita. Daí por sugestão do Anderson andamos para direita até a borda onde
uma bonita visão descortinava-se, Com a cachoeira do André à esquerda, a
parte baixa do seu vale a direita, mais ao fundo o topo da cachoeira do Juju
e o morro do Chapéu. Ao fundo, a esquerda, parcialmente enevoado,o pico do
Garrafão. Paramos as 14:30 para mais um lanche.
  Voltando ao rumo original, encontrando ao sul mais uma mata. Descendo
para esquerda, junto a ela, encontramos uma trilha que rapidamente desce a
outro descampado mais abaixo. Quando saímos da mata seguimos por um campo
ornado de flores. A trilha logo se converte em duplo trilho. Esse trecho é
controlado pela comunidade do Santo Daime que mora no vale do Matutu,
portanto não convém se demorar nesse trecho. Outros grupos quando passaram
por aqui às vezes foram compelidos a descer ao vale por homens armados.
Dessa vez não vimos ninguém. Antigamente havia um refúgio do pessoal do
Daime, mas o mesmo foi totalmente demolido. Na extrema direita há um totem
de pedra, único marca do uso religioso do local. O duplo trilho se converte
em estradinha e antes que ela desça a uma baixada e cruze um riacho,
abandonamo-la e seguimos pelo pasto no rumo sul. Alguns sulcos seguem nessa
direção e logo eles se convertem numa trilha batida, vestígio de uma antiga
estradinha abandonada. A estradinha entra na mata e mais a frente cruza um
riacho. Nesse ponto paramos para pegar água. Era o último ponto para pegar
água do dia.
 Seguimos então pela trilha no rumo sul, por 3 subidas e  2 descidas. Nos
trechos altos podíamos ver toda a crista da serra do Papagaio ao fundo,
mostrando o quanto já tínhamos andado naquele dia. No alto da terceira
subida, encontra-se uma porteira de arame à esquerda, dessa vez estava
aberta. Também se enxerga a cachoeira do Fundão à esquerda, sinal que ainda
não tínhamos deixado o vale do Matutu para trás. Daí a estradinha segue por
mais 8 minutos no rumo sul, com um curto desvio para o oeste. Depois de 8
minutos, quando a estrada vira de vez para oeste. Subimos uma encosta de
pasto, sem trilha, a esquerda, até o alto, onde, na orla da mata,
encontramos uma trilha bem aberta, é esse o caminho.
  Seguindo por essa trilha, descemos um pouco pela mata, até sair no
aberto. Daí subimos pelo pasto e passamos a bordeja pela direita uma crista,
até entrar na mata novamente, apenas para sair novamente no aberto mais a
frente e seguir bordejando uma encosta, num trecho onde a trilha está mais
fechada. Entramos de novo na mata para em 5 minutos emergimos num campinho
plano e gramado muito bom para acampar, embora sem visual. Eram quase 17:45
e já começava a escurecer, resolvemos acampar ali mesmo. O local comportaria
dezenas de barracas facilmente. Armamos as barracas e enquanto esperava os
demais para jantarmos juntos começou uma chuva que não parou mais durante
toda noite. A chuva atrapalhou o jantar. Acabei não acendendo o fogareiro e
mastigando uns sanduíches. Os demais também acabaram se arranjando com o que
tinha sem se arriscar a acender os fogareiros dentro das barracas. De
qualquer forma a noite transcorreu tranqüila, sem que entrasse muita água na
minha barraca, nem que fizesse muito frio. Dormi tranqüilamente ao som da
chuva tamborilando no sobreteto. O cachorro pequeno dormiu aos meus pés
novamente. O grande ficou na chuva.

  3ª dia – Descendo para Alagoa

 Acordei às 6:00 e pouco, ainda com a chuva caindo, mas às 7:00 a chuva
tinha parado e pude fazer o café na porta da barraca. As nuvens baixas
cobriam todo o horizonte a sul e oeste onde podíamos enxergar mais longe,
dos outros lados a mata próxima cortava qualquer visão. Enquanto os outros
tomavam café e arrumávamos as coisas as nuvens forma abrindo permitindo
alguma visão. Pudemos então identificar um rabo de trilha saindo na diagonal
para direita, desviando de uma baixada ao sul. Às 8:30 já estávamos pronto
para sair, tomando a trilha, subimos suavemente, logo cortamos um estreito
cinturão de mata e após ele, quando a trilha virava para leste e depois
nordeste, abandonamos a trilha e subimos o pasto para o sul, sem trilha. No
alto encontramos outra trilha que seguimos. Nesse trecho plano também há
muito espaço para acampar com visual de quase 360 graus. Contornado um
morrinho pela esquerda, descemos até uma vala que cruzamos e passamos a
seguir pelo lado esquerdo. Mais a frente num ponto onde pode-se cruzar a
vala novamente perdemos um bom tempo passando para o outro lado e seguindo
bordejando para leste até chegarmos num baixada com um riacho, caminho
errado. Tivemos de voltar tudo de novo até a vala.
   Seguimos então pela esquerda da vala. No horizonte à esquerda avista-se
um morro piramidal. Seguimos bordejando a encosta à direita quando a vala se
afastou para a direita. Descrevemos então uma ampla curva em nível. No ponto
mais ao sul dessa curva, pudemos avistar o vale onde está Alagoa, ainda
parcialmente envolto em nuvens. Mais à frente avistamos uma trilha mais
abaixo, na orla da mata, mas seguimos mais a cima mantendo o nível, até que
nos aproximamos de um selado florestado e quando a trilha onde estávamos
sumiu, descemos pela encosta até a orla da mata,onde pegamos a outra trilha,
bem marcada, para a direita. Num instante entramos na mata e passamos a
descer forte.
  A descida estava bem enlameada e muito escorregadia, mas em 20 minutos e
alguns tombos depois emergimos no aberto, com ampla vista do vale abaixo.
Avista-se logo abaixo um casebre junto a uma lagoa. Descemos então até ele
pelo aberto num trecho ainda bastante escorregadio. A meio caminho, num
riacho alguns pegaram água. Passado o casebre, continuamos descendo por um
trilha que entra na mata e logo sai num alto com nova visão da baixada e de
outra casa com curral à esquerda. Descemos então até lá e passamos por
dentro do curral, dessa vez sem vacas. Prosseguindo a descida, passamos por
outra mata e cruzamos um riacho por uma pequena pinguela. Voltando a descer
pelo aberto, a trilha converte-se em estradinha e após mais uma casa à
esquerda, chegamos ao fundo do vale e a um rio cruzado por uma ponte de
concreto. Junto à ponte paramos para descansar e o Gibson até tomou um banho
no rio.
  Seguindo então pela estradinha e em mais 30 minutos chegamos as primeiras
casa de Alagoa e a igrejinha dedicada a Nhá Chica. A pracinha em frente já
foi mais arrumada, mas agora estava bem estragada, parece que começaram uma
reforma e não acabaram. Seguimos então em direção ao centro da cidade, já
observando as kombis estacionadas e perguntando se os donos não se disporiam
a nos levar de voltar ao Batuque. Encontramos um motorista de  um caminhão
caçamba que se dispôs a levar-nos. Acertamos o transporte por R$ 140,00 e lá
fomos nós e os cachorros, sacolejando na caçamba do caminhão por uma hora e
meia. Esse passeio de caminhão foi um pouco doído, mas enfim estávamos de
volta aos carros, ainda a tempo de pararmos no restaurante Kiko e Kika, 4 km
na direção de Aiuruoca, para umas trutas assadas e boêmias geladas.
   Já eram mais de 17:30 quando enfim partimos de volta a São Paulo, com um
parada no Graal em Guará para um café. As 22:30 já estava em casa depois de
deixar o Gibson no metrô Belém.

Mitra do Bispo

    O município de Alagoa, no sul de Minas Gerais, encravado entre outros
locais mais conhecidos como: Aiuruoca, Itamonte, Visconde de Mauá e o Parque
do Itatiaia, guarda muitas serras e picos pouco conhecidos e ainda menos
visitados, mas interessantes para o montanhista interessado em explorar
novos lugares fora das trilhas mais batidas. Dentre as montanhas locais, já
há algum tempo interessava-me subir a Mitra do Bispo. Combinamos então, eu e
o Anderson, subi-la no fim de semana passado.
    Saímos de São Paulo, no sábado pelas 5:30 da manhã, rumo a Alagoa.
Seguimos o caminho tradicional para a Região, subindo pela garganta do
Embaú, passando por Passa Quatro, Itanhandu e no trevo após esta, seguindo
para Itamonte, aonde chegamos pelas 9:00 e pouco e paramos para um lanche
numa padaria, junto à saída para a Alagoa. Partimos então rumo a essa cidade
pela longa estrada de terra. Os primeiros 7 quilômetros estão em processo de
asfaltamento, estando portanto muito bem aplainados. Passando a represa da
usina dos Braga, a estrada piora um pouco, mas fica pior mesmo após a saída
para o Campo Redondo, segue-se então alguns quilômetros bastante empedrados
até que passamos pelo alto e começamos a descer para Alagoa, a partir daí a
estrada melhora novamente. Após 40 km de terra chegamos finalmente em
Alagoa. Já na cidade, pegamos a direita na bifurcação e seguimos até próximo
a igreja, onde paramos para pegar informações sobre o acesso a Mitra.
    Nos indicaram então seguir em frente, pegando a estrada para a Gomeira
como sendo o acesso mais próximo ao pico. Seguimos em frente passando ao
lado da Igreja e rapidamente a cidade acabou. Assim que saímos do
calçamento, passamos por uma ponte sobre o rio Aiuruoca e seguimos subindo,
sempre seguindo em frente, as saídas eram apenas acessos a propriedades.
Após uma subida mais forte, 9,2 quilômetros depois de entrarmos na terra,
avistamos uma “rotatória” à esquerda. À direita uma outra estradinha subia
fortemente para umas casas na encosta acima. Ali era o ponto onde devíamos
ter parado o carro, mas não sabíamos disso ainda, seguimos em frente mais
uns 2 km e avistando o pico à esquerda, paramos o carro para iniciar a
caminhada.
     De imediato avistamos uma crista de pasto seguindo na direção do pico
e resolvemos seguir por ela. Andamos por meia hora antes de esbarrarmos na
densa mata que recobre toda encosta do pico e arredores. Não localizamos
nenhuma trilha e percebemos então que o acesso não devia ser por ali.
Tivemos que voltar até a estrada. Consultando o mapa que o Anderson havia
levado, concluímos que o acesso devia ser por outra crista, uns 2
quilômetros antes. Deixando o carro onde estava, voltamos a pé pela estrada
e quando nos aproximávamos do ponto, encontramos um senhor a cavalo que nos
confirmou que o acesso era mesmo por onde já suspeitávamos.Era umas 13:10.
Na carta, folha de Alagoa, a crista por onde subimos consta como “Serra
Entre Morros”. Procurando na cerca, agora a nossa direita, encontramos um
quebra corpo, por onde passamos, subindo a encosta para a esquerda, no rumo
de uma arvorezinha logo acima. Contornando a arvorezinha, logo à sua
esquerda e um pouco mais abaixo, encontramos uma trilha, no começo meio
apagada, mas logo a frente bem marcada, que bordejava para a esquerda a
encosta de pasto, mais à frente entrando na mata.
    Seguindo pela mata, pulamos um riacho, único ponto de água da trilha, e
quebramos para a esquerda, inicialmente seguindo o riacho, mas logo nos
afastando dele, bordejando a encosta para a direita, subindo rapidamente
pela mata até que após descrevemos um “S” pelas encostas dos 2 morros
vizinhos, emergimos novamente numa encosta de mato alto e arbustos, onde
paramos para almoçar.
    Recomeçamos a caminhar às 14:15, seguimos bordejando a crista para a
direita, seguindo agora diretamente em direção ao pico. Fomos subindo até o
alto da crista e progressivamente a vegetação foi passando de capim alto
para arbustos e depois para mata. A subida prosseguiu então pela mata, agora
mais íngreme. A trilha dava mostras de ser pouco utilizada pelo grande
número de bambuzinhos que se enroscavam em nós. Mais acima chegamos a um
ponto onde uma grande massaroca de bambus tinha caído sobre a trilha
obstruindo-a totalmente, foi preciso contornar o trecho pela direita,
abrindo caminho entre os bambus e outras plantas espinhosas até podermos
voltar a trilha mais acima. Num segundo ponto perdemos a trilha correta
seguindo por algumas dezenas de metro por falsa trilha até percebermos que
estávamos fora do caminho e voltarmos. A trilha correta tinha ficado à
esquerda, uma touceira de bambu caído tinha-a obliterado quase totalmente.
Ao voltarmos notamos uma passagem por baixo dos bambus e rastejamos por ela
para logo voltar a encontrar a trilha relativamente limpa.
    Já era pelas 15:50 quando atingimos  o ponto de encontro entre a crista
por onde subíamos e a transversal que culminava na Mitra do Bispo. Neste
ponto onde a trilha nivelava e dobrava a direita paramos para um gole de
água e curto descanso. Seguindo pela crista, em pouco tempo a vegetação se
abre permitindo vistas amplas. Continuamos subindo rumo a cume, tendo
primeiro vista para o norte, e na seqüência para o sul e de novo para o
norte até atingirmos o enfim o cume pelas 16:10.
    O cume é coberto de vegetação arbustiva e pequenas árvores retorcidas.
Há uma clareira que comporta 3 ou 4 barracas, bem protegida. Uma lona e
algumas garrafas plásticas abandonadas denotam que outros já acamparam por
ali e largaram seu lixo quando foram embora. Trilhas entre os arbustos
circundam todo o cume dando vistas de quase todo entorno. Ao norte avulta a
crista do serra do Papagaio e, bem mais próxima, a pedra da Campina, quase
tão alta quanto a Mitra. A leste o terreno é todo bem mais baixo, um mar de
morros até a crista da serra do Paiol, onde o terreno cai em uma escarpa
abrupta. Ao Sul vemos a serra da Mantiqueira, onde pudemos identificar a
Pedra Selada em Mauá e o maciço do Itatiaia, mais ao fundo podemos ver a
crista da serra da Bocaina. A leste, além da cidadezinha de Alagoa no fundo
do vale do Aiuruoca, vemos o Garrafão, coberto de nuvens e boa parte da
crista da serra do Charco. Ao fundo chegamos a ver o que nos pareceu o topo
do morro do Chapéu.
    Após montarmos as barracas sobrou muito tempo para admirarmos o por do
sol e jantarmos. Assim que escureceu mergulharmos em nossas barracas, pois a
temperatura caiu bastante. As poucas horas de sono na noite anterior foram
então amplamente compensadas por 11 ou 12 horas de sono reparador, enquanto
o vento uivava lá fora, mas a vegetação do cume protegeu-nos de sua da fúria.
     No dia seguinte levantei-me apenas às 7:00. Durante a noite ouvi
repetidamente pingos sobre o sobreteto da barraca e cheguei a pensar que
estivesse chovendo, mas era só o orvalho caindo das arvores ao redor da
barraca. Tarde demais para ver o nascer do sol, pude ainda admirar o mar de
nuvens que cobria tudo ao redor, só permitindo a visão dos cumes mais altos.
Chamei o Anderson que ainda não havia acordado para ver também. Como não
tínhamos pressa, pudemos admirar a paisagem sem pressa enquanto as nuvens
lentamente se dispersavam, depois tomamos o café da manhã e sem preocupação
arrumamos as coisas. Acabamos iniciando a descida só as 10:00.
    A descida transcorreu sem problemas. No momento que dobramos a esquerda
para começar a descida pela crista perpendicular por onde subimos,
observamos outra trilha indo na direção contrária, que talvez seja a outra
trilha de acesso ao pico, a partir do bairro de Nogueiras, de que ouvíramos
falar, mas não chegamos a investiga-la, se for o caminho correto, talvez
pudesse ser estabelecida uma  curta travessia por 8 ou 10 km de crista,
subindo pela Gomeira e descendo por Nogueiras, coisa a ser pesquisada numa
outra oportunidade. Descemos rapidamente até emergimos da mata e
continuarmos a descida pelo aberto. No final do trecho aberto onde é
necessário desviar um pouco para a esquerda tivemos uma ligeira perda de
tempo até voltarmos a trilha. Logo abaixo, onde a trilha se bifurca, pegamos
em frente encontrando uma mangueira preta no meio da trilha. Opa, trilha
errada! Voltamos algumas dezenas de metros e tomamos a saída à esquerda que
nos passara despercebida. Em pouco tempo cruzamos o riacho onde nos
reabastecemos de água. Menos de 30 minutos depois já estávamos na estrada,
tomamos a direita até o carro, aonde chegamos às 12:00 e sentamos no gramado
para um lanche.
    De cima da Mitra pudemos ver várias cristas interessantes ao redor. Ao
sul, o que chama mais a atenção é a continuação da serra do Entre Morros
onde desponta o morro do Bispo de encostas rochosas. Mais atrás a serra do
Condado também parece interessante, parece ser possível trilhar essas
cristas, já que a maior parte delas parece ser de pasto. Ao norte como já
disse acredito que deve existir trilha até Nogueiras, mais ai a mata
predomina nas encostas, se não houver trilha a caminhada seria muito
difícil. Ao leste, a serra do Paiol parece formar a borda de um amplo e
fundo vale. Parece ser possível percorre-la obtendo amplas visões desse
vale, sem dúvida um lugar interessante para explorar.
    Com tempo de sobra resolvemos seguir pela estrada no rumo leste para
investigar os acessos à crista da serra do Paiol. Seguindo pela estrada por
alguns quilômetros, passamos por um galpão sem paredes do lado direito da
estrada, e logo após, por uma ponte sobre o rio que acompanhávamos à
direita, chegando então a uma bifurcação. Talvez pela direita haja acesso
mais fácil à crista, mas não chegamos a investiga-lo. Tomamos a esquerda e
seguimos até que avistamos um morro rochoso à direita. Ali paramos o carro e
subimos pela estradinha de acesso a uma propriedade tentando nos aproximar
do paredão rochoso, mas não achamos qualquer trilha para subi-lo e
desistimos. Voltamos a estrada principal  e seguimos a pé por mais algumas
dezenas de metros. À esquerda o forte ruído indicava que havia cachoeiras no
local. Pouco abaixo encontramos um acesso até o rio que levava a duas
pequenas quedas providas de poços de profundidade razoável, se estivesse
mais quente poderíamos até ter tomado um banho. Voltamos à estrada e
seguimos mais um pouco até o ponto onde a estrada passava por num
desfiladeiro e começava a descer fortemente para o largo vale abaixo.  Do
lado esquerdo da estrada entramos no terreno de um bonito chalé junto ao
rio. Atrás da casa encontramos uma bela queda d’ água, e não seqüência as
quedas se sucediam constituindo o que na carta aparece como cachoeira do
Paiol. Aliás a casa estava situada num local maravilhoso, com ampla vista do
vale a frente e cachoeiras nos fundos e na frente, mais abaixo.  Mas já
estava ficando tarde, voltamos ao carro e retornamos a Alagoa.
    Chegando a Alagoa resolvemos pegar a estrada rumo a Aiuruoca que,
aliás, é bem melhor conservada que a que liga Itamonte a Alagoa, ela segue
sempre pelo vale, acompanhando o rio Aiuruoca. Depois de 10 km passamos pelo
bairro de Nogueiras e antes disso pelo bairro de Campina, atrás do qual
avulta a pedra da Campina, pico quase tão alto quanto a Mitra e cuja encosta
desse lado é, na maior parte coberta de pasto e, parece, bem acessível. Deve
ser possível subi-lo e talvez haja alguma trilha que vare a mata do outro
lado até a Mitra. Seguindo pela estrada, depois de 22 km desde Alagoa,
passamos pela estrada que dá acesso ao vale do Matutu e em mais alguns kms
chegamos ao restaurante Kiko & Kika, onde paramos para um bem vindo almoço a
base de truta, encerrado às 17:00, quando então seguimos por mais alguns
quilômetros até Aiuruoca e daí pegamos o asfalto de volta a São Paulo aonde
chegamos pelas 22:00.
    Concluindo, a região ainda guarda muitas caminhadas possíveis a serem
exploradas por excursionistas cansados das mesmas trilhas já muito
palmilhadas, tudo depende de vontade de tentar, errar, e com um pouco de
sorte até conseguir estabelecer um novo roteiro cheio de amplas vistas por
cristas varridas pelo vento.

Relato: Serra do Ouro Fala

A serra do Ouro Fala fica no extremo sul do município de Aiuruoca, seguindo mais ou menos na direção oeste-leste até encontrar a serra dos Nogueiras que forma a divisa Alagoa/Aiuruoca em seu canto nordeste/sudeste. Consta de três cumes sucessivamente mais altos. Intentamos chegar pelo menos ao segundo cume para verificar se seria possível caminhando por essa crista, alcançar o pico da Mitra do Bispo que marca o extremo leste da serra dos Nogueiras e cujo acesso pelo sul, já tínhamos palmilhado em outra ocasião. Poderia então ser estabelecida uma curta travessia.
Saindo de Alagoa, seguimos nós quatro: Eu, Rafael, Cristiano e Gibson pela estrada Alagoa-Aiuruoca por cerca de 4 km passando a divisa de Aiuruoca e pouco depois pelo bairro da
Campina. Seguindo por mais um quilômetro, com a estrada se aproximando ao rio Aiuruoca, avistamos a pinguela que o atravessa, à direita da estrada.
Paramos o carro pouco a frente, num trecho mais largo da estrada e iniciamos então a caminhada.
Atravessamos a balouçante pinguela e tomamos a trilha à esquerda. Em pouco chegamos a um quebra corpo e logo após a uma estradinha. Andamos para a esquerda mais uma centena de metros e, antes de chegamos a uma capão de mata, saímos da estrada e seguimos cruzando
o pasto sem trilha no rumo da serra. Desviamos um pouco para a direita e logo encontramos uma passagem na mata a frente. Pulamos uma cerca e seguimos subindo pelo pasto sujo.
Acabamos encontrando uma trilha marcada que corre na diagonal da direita para a esquerda e seguimos então por ela.
A trilha entra num matinha e logo emerge do outro lado. Cruzamos então uma tronqueira e avistamos a frente e abaixo uma trilha larga que leva um curral coberto, mas não descemos até lá, ao invés disso, seguimos subindo rente a cerca para a direita. O sol era forte mas junto a cerca ainda havia alguma sombra. Dessa forma fomos contornando uma grota à nossa esquerda. Quando chegamos num ponto onde estávamos acima da cabeça desta, tomamos uma trilha para a esquerda. A trilha some perto de uma árvore, seguimos ainda mais para a esquerda, sem trilha, e acabamos encontrando nova trilha, bem marcada, que segue bordejando para a esquerda.
Fomos por essa trilha até chegar a um ponto onde há um fio d´água escorrendo por uma laje. A água era pouca, mas acho que até daria para pega- la em caso de necessidade. Então, seguimos por uma trilha que segue subindo de forma íngreme, contornando a mata de onde a
água flui. Chegando a uma cerca transversal mais acima, seguimos pela trilha para a direita, beirando a cerca e sempre subindo.
Quando alcançamos o topo do pasto onde a cerca faz uma curva de 90 graus, saltamos a cerca e entramos na mata, procurando subir e ao mesmo tempo ir para a esquerda.
Tivemos de ir abrindo uma trilha na mata e quase ao final dela em um samambaial.
Quando conseguimos sair das samambaias, emergimos no campo de altitude, com capim alto. Seguimos então ainda mais para esquerda para escapar de um trecho mais sujo e voltamos então a subir direto pelo capim, as vezes encontrando algum trecho de trilha que logo some mais a frente. Subimos direto pra cima por um tempo, caindo depois para a direita, até
alcançar a crista da serra e subindo o resto por ali.
Chegamos então ao topo do primeiro cume da serra e o sol não dava trégua. Decidimos
seguir pela crista, cruzando o curto e raso selado para tentar subir ao próximo cume, chamado pelos locais de Conquista, porém chegando a base da subida final constatamos que o resto da subida seria por mata arbustiva cerrada e por onde a trilha que acompanhávamos seguia. Não
dispúnhamos de facão e nem disposição para a longa bateção de facão que o trecho exigiria.
Resolvemos então encerrar a caminhada por ali e gastamos o tempo contemplando os largos horizontes que se abriam ao nosso redor.
Avistávamos  ao sul a cidade de Alagoa, o pico do chorão que subíramos no dia anterior e mais ao longe o Pico do Garrafão, além da serra do Condado e a pedra do Juquinha. Mais próximos o bairro da Campina e atrás, a pedra da Campina. Do lado Oeste as serra do Paiol e a pedra da Campina. Ao norte toda a serra do Papagaio e mais próximo o bairro do Nogueira. Do lado leste o cume do Conquista aos pés do qual estávamos.
A subida levou cerca de 3 horas, dificultada pelo trecho lento pelo campo de altitude. Após uma hora de contemplação, descemos de volta ao carro em 1 hora e meia. A nebulosidade
crescia, mais ainda estava quente e sobrava tempo para irmos até a cachoeira do Ouro Fala.
Voltando pela estrada na direção de Alagoa, há uma saída à esquerda ( de quem volta ) sinalizada por uma carcomida placa “Cachoeira do Ouro Fala”. Descemos por ali, cruzamos o rio e do outro lado após passar por um sítio, paramos junto a uma porteira verde logo a frente. E só passar pela porteira e descer uns 20 metros até chegar a um descampado, o córrego que um pouco mais a esquerda deságua no rio Aiuruoca cai em pequenas quedas formando pequeno poços onde pode-se banhar. A cachoeira é pequena mais graciosa. Arremate perfeito de uma bela caminhada ao sol.

Relato: Pico do Chorão – Alagoa/MG

O pico do Chorão é visível de qualquer lugar que tenha vista para oeste na pequena cidade mineira de Alagoa. Nosso objetivo era atingir seu cume. Já tinham me dito que o acesso seria um pouco difícil pois parte da trilha de acesso num trecho que atravessava mata de encosta está fechada por falta de uso. Fomos então nos quatro: eu, Rafael, Cristiano e o Gibson munidos de determinação e facão. Saindo da cidade, tomamos a rua que cruza o rio e segue passando pela igrejinha da Nha Chica, saindo da cidade ainda calçada por um trecho e mais a frente segue já em terra. A frente já avistamos o Chorão. Em formato piramidal e por isso também chamado de pirâmide do vale. Na bifurcação, seguimos para a esquerda. O ramo direito dá acesso ao final da travessia Aiuruoca-Alagoa. Paramos o carro junto a uma casa do lado direito da estrada. A estrada acaba uns 200 metros a frente de qualquer forma, mas junto a casa é mais larga e podemos parar sem obstruir a estrada. Seguindo então a pé pela estrada, saímos da principal na primeira porteira à esquerda. De qualquer forma a estrada acaba poucas dezenas de metros a frente em outra casa. Subindo à esquerda, contornamos uma casa logo acima. Anunciados pelos estridentes cachorros, fomos recepcionados pelo morador a quem explicamos que estávamos de passagem para acessar a trilha do pico. Passando então pela lateral da casa, seguimos bordejando e passamos por uma passagem na cerca logo a frente. Pouco a frente entramos numa trilha marcada e seguimos bordejando pelo pasto. Contornamos uma árvore que tombou sobre a trilha e depois por uma tronqueira. Na sequencia passamos por um riacho, por uma porteira aberta e seguimos cruzando entre dois trechos de lavoura. Após cruzarmos mais um pequeno riacho, encontramos uma bifurcação. Seguimos subindo à esquerda. Logo chegamos a nova bifurcação e tomamos à direita ainda subindo. Nova tronqueira é cruzada e seguimos subindo até que a trilha acaba numa árvore caída junto a uma cerca. Ali é preciso pular a cerca. Do outro lado, subimos para a esquerda pelo pasto, sem trilha. Mais acima há um trecho cercado. Neste trecho haviam dois moradores locais arando o terreno com um arado puxado por bois. Paramos e ficamos observando o trabalho dos lavradores que as gritos de “ô,ô,ô, Bordalo, ah,ah,ah Gauchinho, vira, vira cavalão” manejavam as parelhas de bois. Já tínhamos subido um pouco demais, voltamos ligeiramente, seguindo a cerca do terreno lavrado pelo seu lado mais baixo até o canto inferior esquerdo, onde havia uma tronqueira. Passando por ela, tomamos a trilha evidente para a esquerda. Devido ao declive do terreno, essa trilha que pouco sobe realmente vai ganhando altura e acaba chegando ao alto da crista que sobe para o cume. Chegando a crista, abandonamos a trilha, que se fosse seguida levaria em pouco a um riacho, fonte de boa água. Seguindo pela crista semeada de samambaias vamos ganhando altitude, primeiro devagar e depois mais rapidamente. Quando a subida se torna mais íngreme, achamos restos de uma trilha que vai subindo mais agradavelmente aos zigue-zagues. Enfim esbarramos em mata cerrada. Há resto de trilha passando pela mata, inclusive com marcas antigas de facão, mas estava bastante suja. foi preciso usar do facão para auxiliar a passagem. A subida prosseguiu então mais lentamente enquanto nos desvencilhava-nos ou cortava-nos os bambuzinhos e cipos que insistiam em se agarrar a nós. O trecho foi cansativo mais acabamos saindo da mata e alcançando a parte superior do pico, saímos em um campo aberto, mas a subida prossegue. A crista torna-se estreita já dentro da mata e no aberto continuamos, beirando a beirada direita dela, já com ampla visão do arredores e da cidade ao fundo do vale e Mitra do Bispo despontando no horizonte leste. Do lado norte a serra do Charco fecha o horizonte. Ao sul, sudoeste com o tempo limpo daria para observar parte do Itatiaia e da Serra Fina. A crista é mais longa do imaginava e percorremo-a toda, passando por um belo trecho semeado de margaridas até o lado oposto. O extremo oeste da crista cai em um penhasco vertical até a mata fechada lá embaixo. Paramos no ponto mais alto e apreciamos o belo panorama enquanto lanchávamos. A subida toda tomou-nos 3 horas. Após uma hora e pouco no cume, retornamos pelo mesmo caminho em talvez 2 horas e pouco. O trecho pela mata já estava aberto o que facilitou a volta. Se alguém quiser visita-lo recomendo ir logo, antes que a mata feche novamente. Um belo passeio em uma região pouco visitada. Vale a pena conhece-la.