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Circuito São Bento-Baú

        Fui a São Bento do Sapucaí e subi no mirante do Cruzeiro, que fica praticamente dentro do perímetro urbano, no morro com algumas antenas logo à esquerda da igreja matriz. Há uma escadaria marcada com a placa “Mirante das Hortênsias”, depois é só seguir pela rua que continua subindo forte, para a direita. Chegando ao alto observei uma crista que seguia direto em direção a Pedra do Baú. Não resisti, resolvi ver se dava para chegar as pedras por ali.

       Passando por um trilho entre os dois conjuntos de antenas, saltei uma cerca e segui por trilha bem marcada direto pela crista. Logo a trilha passa a seguir uma canaleta à direita, subindo o próximo morro. Chegando ao alto, cruzei outra cerca e tornei a descer até um valezinho. À esquerda vemos lá embaixo uma fazendola e o asfalto que segue para o Paiol Grande. Chegando ao fundo, saltei a cerca à direita e passei a bordejar para a direita ainda por trilha marcada. Quando a trilha se apaga, subi direto para cima, sem trilha, até interceptar outra trilha mais acima, e continuei subindo, contornando a mata pela esquerda. Do topo do morro anterior, vi que poderia ter também contornando essa mata pelo lado direito, e talvez até pudesse ter voltado a alcançar a crista mais rápido do que pelo caminho que segui, visto que por onde segui acabei tendo que bordejar a encosta por algum tempo.

         De qualquer forma, cheguei a um selado, desci um pouco, pulei uma cerca, atravessei um estreito cinturão de mata e após saltar outra cerca, acabei subindo por dentro de um bananal seco. Acabei caindo numa estradinha, mas ao chegar novamente a orla da mata, não achei caminho através dela e acabei descendo íngreme encosta até um valezinho à frente. Daí passei por dentro de um curral e voltei a subir pelo pasto, contornando uma casa pela direita e continuando a subir mais um pouco.

        Acabei voltando a uma trilha que passou a bordejar por dentro de outro bananal, até que a trilha acabou num cinturão de mata. O terreno a frente caia de forma íngreme. Provavelmente deveria ter descido para a esquerda, procurando um ponto mais fácil de passagem, mas ao invés, virei a direita e continuei subindo, até que cheguei quase até a mata que cobria a crista acima. Ali virei para a esquerda e atravessei o cinturão de mata, nesse ponto bem mais aberto, chegando a outro bananal, dessa vez plantado numa íngreme encosta.

       O terreno era realmente muito difícil de andar, além de íngreme, coberto de folhas e muito escorregadio. Pelo menos enxerguei uma estradinha um pouco mais à frente e abaixo, então segui como pude, escorregando e cambaleando, até conseguir alcançar a tal estradinha. Certamente esse não era o caminho mais fácil, devia ter procurado mais abaixo. Quando cheguei na estradinha e olhei para trás, para ver de onde tinha vindo, é que percebi que tinha desviado de um paredão rochoso, tinha desviado por cima, porque na direção original por onde tinha vindo realmente era impossível descer!

       Seguindo pela estradinha, fui subindo aos zigue-zagues, sempre pegando a opção mais ascendente, nas várias bifurcações, de forma a ir subindo cada vez mais em direção a crista desse serrote. Quando cheguei quase no alto, foi só seguir beirando uma cerca e num instante estava de volta a crista. Logo passei para o outro lado da cerca e segui então pela crista, agora com visão da serra do Baú, que corre quase paralela, um pouco mais ao sul. Quando a mata interrompeu meu progresso, foi só saltar para o outro lado dessa cerca de crista e continuar seguindo pela crista, agora com vista para o vale ao norte, por onde corre a estrada de asfalto. Esse trecho de crista é bastante agradável, com trecho onde providencias araucárias protegem-me com suas sombras do sol que teima em sair de dentre as muitas nuvens. Alguns sobes e desces, uma curva para a esquerda e depois outra para a direita enquanto o conjunto das pedras: Bauzinho, Baú e Ana Chata, vai se aproximando cada vez mais. Até que numa baixada chegamos a um casebre semidestruído à direita.

          Volto a subir um pouco, passo por uma porteira de madeira, e logo depois por uma bonita casa a direita. Logo após temos uma bifurcação. Tomo a direita, subindo, passo por uma casa em construção à esquerda, e logo depois chego a uma porteira de arame, junto a um casebre à direita. Um pouco mais acima, outra casa em construção à esquerda. Fui passando pela porteira, e logo um bando de cachorros vem latindo para mim, não dou muita bola e continuo subindo. Um homem sai do casebre e pergunta então para onde vou. Digo que vou subir até as pedras. Ele contrapõe que o caminho para as pedras não é por ali, e mais para frente, e que não quer ninguém passando por ali. Um pouco de conversa é convenço-o que sou do bem, a mesma história de sempre, o sujeito é Paulistano, saiu de São Paulo para fugir da violência, e trouxe seus traumas consigo! De qualquer forma consigo continuar a caminhada, conheço o local, já passei antes por ali, e nunca tive problemas, perguntando ele disse-me que está ali há apenas um ano, na vez anterior que andei por ali, provavelmente ninguém morava ali. De qualquer forma, há pelo menos outra casa e vários terrenos mais acima, duvido que legalmente ele possa bloquear a passagem por ali.

       Continuei a subindo, passei por outra porteira, e logo depois tomei uma trilha a direita, desviando de um curral. Passei por outra cerca e segui subindo pela trilha evidente, rumo a crista à frente.A subida aperta para valer, e passamos a subir rente a uma fileira de araucárias. Chegando a crista passei por outra cerca.

        Agora estou exatamente na crista da serra do Baú, com a Ana Chata imediatamente a minha esquerda. Por trilha batida subi mais um pouco, passando rente a rocha até chegar na trilha que vem do Baú e leva a “gruta”. Quebrei então à esquerda, subi as escadinhas, e entrei na “gruta”, acesso ao alto da Ana Chata. Logo saí do curto túnel, subi contornando a rocha onde um parapeito metálico da toda segurança. Voltei a subir mais um trecho de trilha até chegar aos últimos degraus. Daí é só se espremer por uma fenda e pronto, cheguei ao alto da Ana Chata. Ali me sentei para um merecido lanche e descanso enquanto contemplava o amplo panorama.

       Meia hora depois iniciei a descida. Voltando a base da pedra, seguindo para a esquerda, poderia ter chegado ao Baú e seguindo mais além até o Bauzinho, mas não me interessava voltar a eles nesse dia, aliás, já estava até meio tarde para isso. Voltei então por onde vim. Chegando na cerca, poderia ter seguindo em frente e descido pela serra do Baú, até o bairro do Monjolinho, e dali por estrada de terra até o asfalto, mas já tinha feito isso numa outra vez, e o caminho seria mais longo. Resolvi descer pelo caminho mais curto. Saltei a cerca e continuei descendo por onde tinha vindo, passando pela casa do “traumatizado” e quebrando a esquerda na bifurcação abaixo.

        Chegando na casa em ruínas, abandonei o caminho de vinda, passei uma porteira de arame a direita, e continuei descendo por trilha marcada. Passando nova porteira, quebrei a direita e desci beirando uma cerca a esquerda, rapidamente chegando a nova porteira, que cruzei, dobrando a esquerda e voltei a descer, agora por uma estradinha.

       E assim fui descendo aos zigue-zagues, perdendo altura, até desembocar no asfalto, exatamente na placa de Km 4. Dali peguei o asfalto para a esquerda, seguindo de volta a São Bento. Um pouco antes de chegar à cidade, cruzei novamente com o “traumatizado” brincando com seu skate em um trecho em declive da estrada.

     Enfim acabei encontrando uma outra variante de acesso as pedras, caminho que provavelmente possa ser melhorado com um pouco mais de exploração e certamente pode ser unido ao trecho pela serra do Baú, formando um circuito inteiramente por cristas, bem mais interessantes que os acessos usuais as pedras.

Relato: Circuíto São Bento-Luminosa-Baú

        Queria chegar a Luminosa, distrito de Brasópolis, partindo de São Bento. Tinha indo até lá uma vez passando pelo Alto do Coimbra, com um trecho de trilha até o Coimbra e daí descendo por estradinha de terra até Luminosa, mas dessa vez quis fazer um caminho diferente. Não sabia de nenhuma outra opção de trilha então segui por estradinhas mesmo. Na verdade aproveitei um roteiro de Bike do Cavallari.

      Saindo das proximidades da Igreja Matriz, segui para o norte. Logo passei por uma ponte, já na orla da cidade e na bifurcação logo à frente, tomei a esquerda, rumo ao bairro do Cantagalo. Tomando a direita iria para o bairro do Quilombo, de onde acessaria a trilha do Alto do Coimbra mencionada acima. Num instante o asfalto acaba. Daí para frente seria só terra até Luminosa.

       Assim que contornamos um morro, a visão se desimpede à direita e dá para ver a Pedra do Baú, espiando-me do alto, à direita. Quase dois quilômetros após sair da cidade a estrada faz uma curva forte para a esquerda. Saídas à direita apenas acessam fazendas. Mais dois quilômetros e meio e a estradinha parece se bifurcar. Segui pela esquerda, contornando uma capelinha à minha direita. A caminhada continua pelo plano e na extrema esquerda do largo vale que atravessamos vejo, um trecho do asfalto que segue de São Bento para Paraisópolis.

      Mais um quilometro e meio e chego a nova bifurcação, agora em T. Tomo a direita e logo a estrada começa a subir, primeiro suavemente, depois bem íngreme. Pouco mais de um quilometro a frente, passo pela fazenda Santo Expedito, à esquerda, e paro para um curto descanso e alguns goles d’água.

       Retomo a caminhada e a subida prossegue. A visão da baixada se amplia bastante e vejo o vale por onde vim, cercado pelas montanhas por todos os lados. Enfim alcanço o alto, cruzo um selado e passo a descer suavemente. Não demoro muito para alcançar o bairro da Bocaina, com seus 100 metros de calçamento, uma dúzia de casas, uma igrejinha e um barzinho. Paro para tomar uma coca gelada à sombra, já que o céu está absolutamente azul e o sol vem castigando-me desce o inicio da caminhada.

       Prossegui então rumo a bairro do Cantagalo, menos de quilometro a frente, tomo a direita, em frente, e volto a subir um pouco. Passando novo selado, volto a descer suavemente. Quase 17 quilômetros após o inicio, passo pelas primeiras casas do Cantagalo. No entroncamento, tomo a direita, logo vejo a igreja, à esquerda. Os moradores estão enfeitando o espaço a frente da igreja, parece que haverá alguma festividade local. Paro a sombra para mais alguns goles d’água.

       Seguindo em frente, prossigo pelo fundo do vale, passando por mais algumas casas, até que a estrada volta a subir. Mais a subida é curta, logo passo a andar em meio à mata que guarnece as altas encostas da serra divisória e alcanço o alto. Estou cruzando a divisa de municípios (São Bento do Sapucaí/Brasópolis) e também de estados (SP/MG).

      Quando vai começar a descer, avisto uma placa: ”Pedra do Cruzeiro”. Passo então a porteira à direita e subo pelo caminho principal. Logo tomo uma trilha a esquerda, mais estreita, e continuo subindo rente a cerca à esquerda. A trilha nivela e segue em direção a mata. Chegando a mata, a trilha passa a subir aos zigue-zagues. Mais acima uma bica à direita abastece meu cantil. Mais a subida prossegue e quando paro de subir, continuo bordejando a encosta até chegar a uma porteira de madeira. Cruzando-a, avisto o cruzeiro.

      Do Cruzeiro a visão é esplendorosa. Ao fundo do vale o pequeno vilarejo mais parece um presépio, encaixado em meio a uma crista montanhosa em forma de ferradura, que a cerca por três lados. Só esse visual justifica qualquer caminhada. Gasto a próxima meia hora admirando o visual e fazendo um lanche.

      Enfim já é hora de prosseguir. Volto pelo mesmo caminho e em mais meia hora volto a estrada. Desço então os quilômetros finais de sinuosa estrada até Luminosa. A cada curva tendo nova visão da vila, cada vez mais próxima.

      Chegando ao calçamento, sigo para a direita até chegar a hospedaria de dona Ditinha, que serve ao caminho da Fé, mas hospeda também outros caminhantes que passam pelo local. Um bom banho, um cochilo e estou pronto para o jantar caseiro preparado pela dona Ditinha.

        No dia seguinte o programa é retornar a São Bento, mas por um caminho diferente. Seguindo em frente, acompanhando agora o traçado do caminho da fé, após a pracinha, descemos a direita. Vou seguindo as setas azuis. Na próxima bifurcação tomo a direita. A esquerda acabaria saindo em Piranguçu. A estradinha, cada vez mais precária, começa então a subir. Vai ter de galgar novamente a serra divisória MG/SP. Alguns quilômetros à frente passo por um sítio à direita, que também serve de hospedaria do caminho da fé.

       A subida torna-se íngreme e a estrada piora, acho que não é qualquer carro que passa por ali. A cada curva tenho nova visão de Luminosa, agora cada vez menor. Quando o caminho nivela, ignoro uma saída à esquerda que sobe forte e sigo em nível pelo valezinho, contornando um sítio à frente e depois retomando a subida forte. Tenho então a ultima vista de Luminosa antes de entrar de vez na mata. A partir daí a estradinha nivela e sigo aos curtos sobes e desces entre reflorestamento de um lado e mata aparentemente nativa do outro. Quando a visão se desimpede do lado esquerdo posso ver o grande trecho de morros florestados que a região ainda abriga.

       Até que subitamente desemboco no asfalto da estrada entre São Bento e Campos do Jordão. Se seguisse para a direita voltaria a São Bento pelo asfalto o que não me interessava. Tomei então a esquerda, na direção de Campos, e segui por alguns quilômetros de curtos sobes e desces até chegar a entrada do Bauzinho, usada também para acessar o Baú por que vem de Campos.

        Segui então por mais alguns quilômetros de terra, cruzando com alguns carros de turistas que iam ao Bauzinho. Na baixada final antes do fim da estrada, parei num barzinho para um refrigerante. Até ali a estradinha praticamente só descia. Na seqüência havia uma subida, que afinal nem é tão longa, e chego ao estacionamento no final da estrada, repleto de carros.

        Tomei então a trilha do Bauzinho que em 5 minutos me leva ao próprio. A maioria da turistada já fica neste trecho, mas sigo pela fina crista rochosa até sua ponta, onde paro para admirar o conjunto. Mas o tempo vai passando e ainda pretendo subir o Baú. Volto então pela trilha até a bifurcação logo em seu inicio, à esquerda de quem vem.Ali sigo pela trilha que margeia a face sul do Baú.

        Em meia hora chego até o entroncamento com a trilha que leva a escada sul. Tomo a direita e em pouco chego à escada. Pronto, é só subir os sucessivos lances de escada para chegar ao topo do Baú. Na subida tenho de me pendurar para o lado em um dos lances para dar passagem a um sujeito e sua namorada que resolvem começar a descer mesmo estando eu em meio à subida. A educação passou longe.

         Chegando ao topo me dirijo a borda que dá para o Bauzinho e me sento para um lanche, já era hora! Passo por ali uma meia hora até resolver que já era hora de descer. Na descida, por sorte, não esbarro com nenhum outro pángua. Chegando a base da escada, sigo pela trilha rumo a Ana Chata. Na bifurcação à frente, tomo a esquerda. A direita leva diretamente ao inicio da trilha junto ao estacionamento dos carros, poderia até descer por ali e depois tomar outra trilha rumo ao fundo do vale, por onde já subi em outra ocasião( relato Circuito Cachoeira dos Amores-Baú ), mas resolvi tomar a trilha que contorna pelo norte a Ana Chata. A trilha por onde sigo entronca em outra que vem da principal e sigo para a esquerda novamente. Subo um pouco e logo passo rente à base da Ana Chata. Chego a saída que leva a “gruta”, acesso ao topo da Ana Chata. Pelo avançado da hora resolvo não subir a Ana Chata e sigo em frente. A trilha desce aos degraus, passa uma porteira e segue pela crista.

      No ponto onde a crista de pasto de afila ao máximo e começa a subir, salto a cerca que venho seguindo a direita e encontrando uma trilha pouco marcada pelo pasto. Vou descendo rumo a uma cerca à esquerda que desce seguindo uma linha de araucárias. Chegando a cerca vou descendo pela trilha evidente embora saturada de folhas de araucárias.

     Quando a descida forte acaba, deixo um caixa d’água enterrada a direita e sigo para a esquerda, passando por um curralzinho e pulando nova cerca. Aqui é o ponto onde poderia seguir pela serra do Baú, conforme o relato correspondente, mas pelo horário resolvi tomar o caminho mais curto que era seguir em frente, caindo numa estradinha, a qual segui para a esquerda, descendo, e logo passando por uma porteira. A descida prossegue e mais à frente passo por uma casa à esquerda e por nova porteira. Chego então a nova bifurcação, em T. Sigo para esquerda, em nível, passo por uma casa a esquerda, e após nova descida tenho nova alternativa.

      Em frente pela estradinha, cada vez mais precária, entraria em uma crista e voltaria pelo caminho que descrevi como caminho de vinda no relato Mirante do Cruzeiro-Baú, mas optei pelo caminho mais fácil, que usei na volta no mesmo relato. Passei a cerca à direita ao final da descida, e desci por trilha evidente até nova cerca, dai passei por nova porteira à direita e desci nessa direção. Logo cruzo outra porteira e desemboco em uma estradinha por onde desço até chegar no asfalto, na altura do km 4. Dali para frente é só seguir pelos 4 quilômetros finais de asfalto até o centro de São Bento completando o circuito. Chego a São Bento às 17:00 e ainda tenho tempo para tomar um sorvete na sorveteria na esquina da rua principal antes de iniciar o retorno a São Paulo.